Semana passada abriu a primeira Livraria Cultura do Ceará, aqui em Fortaleza, há alguns quarteirões da minha casa. Ao entrar na loja, experimentei uma sensação já conhecida na infância, misturada com um sentimento bem adulto de lógica capitalista. Naquele momento fez bastante sentido as 11 horas que eu tinha acabado de passar trabalhando para receber uns trocados e investi-los em bens de consumo culturais.
Porque lá tem tanto, mas tanto produto da indústria cultural de massa que parece que é tudo mais ou menos underground. Pela enorme variedade, entende? Um baque na minha vida até então sediada em uma cidadezinha provinciana metida a neo-metrópole. Não, não foram as dezenas de viadutos salpicados na transição do milênio; não foram os shopping centers nem as faculdades particulares; não foi a explosão de violência que nos colocou em 5º lugar no Brasil; não são os alarmantes índices demográficos em ascensão nem será a Copa do Mundo em 2014. Para mim, é a possibilidade de andar algumas quadras e comprar um LP do Sonic Youth que nos põe no patamar de metrópole.
Acima, um dos livros com quem paquerei e que, se não desviar minha atenção para um vinil ou alguma publicação rara e fantástica sobre arquitetura até lá, é para onde devo destinar parte do meu próximo salário.
P.S.: O livro é uma compilação do arquivo de um site que eu seguia há alguns anos em busca de inspiração, o gigposters.com. Só mesmo os preços pra me lembrarem que eu não estou no 1º mundo...
